domingo, 26 de agosto de 2018

Pós-Pop na Gulbenkian


Olá!
Inaugurou já em Abril a mais recente exposição da Fundação Calouste Gulbenkian.
Pós-Pop. Fora do Lugar Comum - Desvios da «Pop» em Portugal e Inglaterra, 1965-1975 conta com mais de 200 obras que, na sua maioria, mostram a divergência ao que era proposto pela Pop Art.


Teresa Magalhães, Sem Título, 1972. 
Tom Phillips, Concorde, Walden I e Walden II, 1971.
Lourdes Castro, O Lugar em Movimento, 1965.

O que une a Pós-Pop e a Pop Art é o facto de ambos os estilos terem procurado inspiração no estrangeiro, nomeadamente em Paris e em Inglaterra.

Em Portugal, o aparecimento da Pop Art coincidiu com o aparecimento da Pós-Pop que assim nos dá um campo mais alargado de experimentação, sendo que há aquelas que partem da Pop e outras que têm desde logo o intuito de se desviar dela.

René Bertholo, Sem Título, 1968.

Ruy Leitão, Chapéu, final da década de 1960.

Apesar destas ditas diferenças, há um elemento comum entre todas as obras apresentas: o pensamento interventivo que é desenvolvido sobre os objectos artísticos, o que os leva a ter um pouco do princípio da Arte Conceptual, mas sem nunca perderem o lado comunicativo que está nas origens da Pop Art.

Esta linguagem e mostra anglo-saxónica acontece, pois os anos 60 e 70 representam uma época de saída de muitos portugueses para Londres, sendo assim influenciados por aquilo que lá se fazia.
Os artistas portugueses passam assim a usar os modos encontrados em Inglaterra para se manifestar em relação ao que acontecia em Portugal, sendo que a Guerra Colonial e a Revolução do 25 de Abril são os momentos ao quais mais se reagiu. Alguns dos artistas expostos são Teresa Magalhães, Eduardo Batarda, Nikias Skapinakis, Clara Menéres, José de Guimarães, entre outros.

Há, no entanto, também espaço para trabalhos de artistas ingleses, onde é visível um claro desvio da Pop, tal como é o caso de Bernard Cohen, Jeremy Moon, Allen Jones, entre outros.

Ruy Leitão, Sem Título, 1972-1973.

Bernard Cohen, Planta Branca, 1965.


Uma exposição que pode ser visitada até ao dia 10 de Setembro e que representa muito bem uma época do país, bem como o pensamento a ela associado. É fácil perceber os acontecimentos de tal altura, sejam eles políticos, sociais e o consumo a isso associado, quase sempre com um tom de crítica.
As cores fortes são uma das características mais marcantes desta exposição, bem como obras com fundos muito simples de uma cor só às quais se contrapõem aquelas que incluem muitos elementos.

Se estão por Lisboa ou vão lá passar até dia 10, não deixem de dar um saltinho até à Fundação Calouste Gulbenkian para apanhar os últimos dias desta exposição.


Lena ♥


© Helena Pereira, Pós-Pop na Gulbenkian, 2018 All Rights Reserved.

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