terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Oscars Nominees 2018 | Round 2


Olá!
Hoje trago-vos mais 5 nomeados aos Oscars deste ano. À semelhança do primeiro post, alguns deles estão nas categorias principais e outros estão mais representados nas técnicas.
Eu sei que as categorias de teor técnico acabam por não interessar a muita gente, mas a mim fazem-me querer ver os filmes e perceber as características que os fizeram estar nomeados nas respectivas categorias. É também uma forma de ver filmes que, muito provavelmente, de outro modo não veria.

Victoria and Abdul

Baseado na amizade verídica que a Rainha Vitória de Inglaterra (Judi Dench) teve com Abdul Karim (Ali Fanzal), um homem indiano escolhido para entregar uma medalha à Rainha durante as celebrações do seu jubileu. O facto de Abdul conseguir encarar e falar com a Rainha como se de uma pessoa comum se tratasse, faz com que esta o escolha como criado pessoal e assim Abdul abandona o seu país pela Inglaterra fria. Esta função rapidamente se vê acrescida, quando Abdul se torna professor da Rainha, ensinando-a uma nova língua e falando sobre coisas que esta nunca teve oportunidade de ver e experimentar. E é claro que há quem não goste desta aproximação nem dos benefícios dados a Abdul, e estas contrariedades só vão mostrar a força de Vitória e o poder de acreditar do seu professor.
Um dos filmes nomeados que mais gostei de ver. É divertido, biográfico, histórico e dá-nos a conhecer algo que esteve oculto durante vários anos. Judi Dench tem uma fabulosa prestação, embora não seja a sua melhor, que toma conta de todo o filme, deixando Ali Fanzal um pouco de parte, embora este tenha uma excelente prestação também. Os cenários e o guarda-roupa estão muito bem conseguidos e transportam-nos, sem qualquer dificuldade, para aquela época.
Como noutros filmes, aconselho a leitura de reportagens sobre o tema, para ficarem a saber ainda mais, pois é uma história bastante interessante.

Nomeações: Design de Figurinos; Maquilhagem e Cabelos.


Mudbound

Com acção no final da Segunda Guerra Mundial, conta a história de duas famílias que moram em fazendas no Mississipi. Uma família é branca e a outra é preta e ambas têm em comum o facto de um dos elementos ter participado na Guerra, Jamie McAllan (Garrett Hedlund) e Ronsel Jackson (Jason Mitchell), respectivamente. O filme mostra-nos a adaptação de ambos ao mundo após o combate e como isso se revela muito mais fácil para um do que para outro, exactamente devido à cor da pele. Esta situação torna-os unidos, pois só eles percebem o que o outro sofreu e como isso o pode estar a afectar. Esta acção é, por vezes, encadeada com imagens da altura em que combateram, que nos mostram como, apesar de todo o drama, conseguiam ter mais alguma paz do que agora de volta a casa, algo que se manifesta muito mais para o lado de Ronsel. Há também algumas narrativas por parte das várias personagens que nos indicam o seu ponto de vista e como gostavam que tudo fosse.
Mudbound é um filme com uma mensagem forte e com algumas imagens bastante gráficas, embora não tão incomodativas. Os cenários são absolutamente fantásticos e a luz cria o ambiente adequado a cada cena e ao significado e força. Todos os actores têm prestações fabulosas, cada um com o seu papel específico na trama, conseguindo dar força a cada uma das personagens que a qualquer momento têm o foco para eles apontado. Florence Jackson (Mary J. Blige) funciona quase como um elo de ligação entre as famílias, embora já o tivessem antes, e passa pelo mesmo que todos, sendo sempre mais forte e conseguindo ajudar os outros.

Nomeações: Actriz Secundária (Mary J. Blige); Cinematografia; Música Original.


The Florida Project

Moonee (Brooklynn Prince) é uma menina de 6 anos que vive com a mãe Halley (Bria Vinaite) num motel perto do Walt Disney World, na Florida. Esta criança tem hábitos extremamente influenciados pela mãe, que arranja problemas com toda a gente e que vigariza as pessoas como forma de obter dinheiro. O filme segue sobretudo Moonee que faz o que quer e, principalmente, o que não deve e arrasta os amigos para essas mesmas situações. Uma mãe e uma filha rebeldes numa situação complicada que mostram a relação de amor e carinho que têm, embora isso possa não ser o suficiente.
As cores deste filme são absolutamente perfeitas e combinam com as várias acções que decorrem. Um filme de emoções fortes que se aliam a uma inocência e traquinice de criança que só age da forma que a mãe lhe mostra e que não consegue ver mal nisso. Visualmente é muito bonito, não só pelas já referidas cores, mas também pelo modo como a câmara segue as personagens, deixando-nos quase sentir os seus passos. Willem Dafoe, que interpreta o gerente do motel, surge como alguém que resolve as situações mais complicadas e que, apesar de todos os problemas que causam, sente a obrigação de tomar conta desta mulher e desta criança.

Nomeações: Actor Secundário (Willem Dafoe).


Blade Runner 2049

Com acção em 2049, 30 anos após a acção do primeiro filme, conta a história de um recente blade runner e agente da polícia de Los Angeles. K (Ryan Gosling), após a descoberta de um replicant, desenterra um segredo há muito tempo escondido, que o vai fazer questionar aquilo em acredita e quem ele pode ser realmente. Na procura de respostas para todas as suas dúvidas, encontra Rick Deckard (Harrison Ford), um blade runner reformado que estava desaparecido há 30 anos.
Sem dúvida que as nomeações em categorias técnicas se aplicam muito bem a este filme. A cinematografia está incrível e muito extremamente bem adequada ao tipo de história a tipo de pessoas que habitam a cidade em 2049. Muitas vezes lembrei-me da cidade construída para The Ghost in the Shell, com todos os anúncios luminosos em 3D que contrastam com o ambiente escuro de Los Angeles. Para além do valor dado à construção desta cidade, é também de referir como os locais abandonados foram trabalhados perfeitamente, sendo todos distintos e tendo sempre elementos que remetem para a cidade original. A edição de som é também outra das características mais fortes do filme e está muito bem conectado às imagens e aos vários momentos apresentados. Ryan Gosling tem uma prestação muito boa. Conseguimos sentir o vazio que o acompanha, bem como o medo e a esperança que aparecem e desaparecem consoante cada novo elemento que a personagem encontra. Harrison Ford tem uma prestação relativamente pequena e modesta, mas que dá um contributo grande para o continuar e finalizar da história.

Nomeações: Cinematografia; Design de Produção; Edição de Som; Mistura de Som; Efeitos Visuais.


The Phantom Thread

Na Inglaterra dos anos 50, Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis) desenha e cria vestidos elegantes para as mais conceituadas mulheres da sociedade por todo o mundo. Numa casa com várias regras, tem também o seu estúdio de trabalho que recebe diariamente as várias costureiras que o ajudam no trabalho de cada peça. Woodcock é um homem bastante metódico e com uma personalidade muito particular no que toca a lidar com outras pessoas e com os hábitos destas. Alma (Vicky Krieps) é uma rapariga que conhece o criador numa ida deste ao campo e que se junta assim à sua vida, primeiro como musa e depois como amante e companheira. Uma relação de amor completamente diferente por cada parte, sendo que cada um ama à sua maneira. Uma relação que vai mostrar as diferenças entre o querer e o precisar, mas que funciona para ambos, embora com alguns altos e baixos.
É um filme visualmente muito bonito, no qual se vê o detalhe investido na aparência da cidade e da casa, que nos transportam completamente para os anos 50. Há sempre um tom cinzento, que efectivamente nos remete para Inglaterra, que se alegra com os vestido e com as luzes que trespassam as janelas. Por vezes torna-se um bocadinho de nada aborrecido, mas só porque, como já referi, Woodcock é uma pessoa extremamente metódica, o que faz com que as coisas levem o seu tempo e sejam mostradas ao máximo detalhe. O filme mostra a personalidade da personagem, sem dúvida. Daniel Day-Lewis faz uma prestação incrível. Cada olhar e cada sentimento pertencem à personagem. Se este for realmente o seu último filme, tal como anunciou, acaba muito bem, embora não seja a sua melhor prestação. Lesley Manville é Cyril, a irmã de Reynold, e tem um papel forte, embora seja uma personagem que pertence à retaguarda. É ela quem resolve todas as situações e que se certifica que o irmão está no ambiente ideal para criar e trabalhar, tendo abdicado da sua vida pessoal.

Nomeações: Melhor Filme; Actor Principal (Daniel Day-Lewis); Actriz Secundária (Lesley Manville); Design de Figurinos; Realizador; Banda Sonora.


Já viram algum destes filmes? Acham que conseguem vencer em alguma das categorias?


Lena ♥




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