quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

I, Tonya


Olá!
Graças a uma amiga minha, ontem tive a oportunidade de assistir à antestreia do filme I, Tonya. Sem dúvida que era um dos nomeados que mais queria ver e fiquei extremamente feliz por o poder ver na altura que estreia no cinema.
O bilhete que a minha amiga me deu era válido para duas pessoas, então levei a minha mãe comigo, pois ela sempre gostou de patinagem artística, e apesar de o filme não ser centrado especificamente nesse aspecto, achei que ela ia gostar. E gostou.


I, Tonya é baseado na vida da outrora patinadora olímpica, a primeira mulher americana a conseguir fazer um triplo salto, Tonya Harding (Margot Robbie) e mostra a luta de uma jovem que sonha estar no topo das competições da modalidade e como isso pode acabar por, basicamente, se confiar em quem não se deve.
O filme começa por mostrar como Tonya chegou ao mundo da patinagem artística e dá apenas algumas nuances sobre a sua infância. Daí avança para os seus 15 anos, altura em que conhece Jeff Gilloly (Sebastian Stan) que acabaria a ser seu marido. É também a altura a partir da qual se começam a desenrolar uma série de acontecimentos que vão moldar a sua vida e também a sua carreira. Carreira esta que se vê envolta em polémica quando, em 1994, acontece aquilo que ficou conhecido como O Incidente. Tal evento, chamemos assim, consistiu num ataque físico a Nacy Kerrigan, a principal opositora de Tonya no ringue, o que faz com que Tonya seja tida como uma pessoa a investigar de modo a descobrir o que aconteceu.
O filme conta a verdade de uma forma um pouco ironizada, pois cada um dos intervenientes conta a história com a sua versão, o que faz com que todos acabem por se contradizer. Mas Tonya tem a oportunidade de contar o seu lado.

Esta é uma história da qual eu não tinha acontecimento, pois quando aconteceu eu ainda nem um ano tinha, mas fiquei fascinada. Gosto sempre de filmes baseados em factos verídicos, pois isso dá ainda mais responsabilidade aos actores e não só.
Para este filme, Margot Robbie aprendeu a patinar no gelo e embora, obviamente, não faça os truques mais arriscados, há várias partes mais fáceis que nos mostram a actriz a patinar, o que eu acho bastante importante, pois dá valor ao investimento de aprendizagem da mesma. Não é o habitual filmar de longe para nos fazer pensar que é ela mas não é. Aqui há também a junção do CGI, pois nas cenas mais arriscadas, a cara de Margot Robbie foi adicionada a um corpo criado para fazer, por exemplo, o triplo salto, uma manobra que ainda hoje em dia poucas mulheres conseguem fazer.
Para além disto, todas as cenas no ringue são excelentes. A câmara segue os movimentos do corpo todo ou de membros em separado e muitas vezes foca os patins. Quase nos faz sentir que estamos lá a a patinar também.

O filme é feito em forma de documentário, com as personagens principais a serem entrevistadas nos seus 40/50 anos e a contar o que aconteceu antes, durante e depois d' "O Incidente". Desta forma podemos perceber a visão que as personagens têm delas mesmas e dos outros. Enquanto falam sobre os acontecimentos tanto vemos a parte da entrevista, como as imagens do que aconteceu há vários anos, sendo como que uma narração.
Outra coisa muito interessante é o facto de haver a quebra da quarta parede, o que significa que as personagens falam com o público e explicam coisas.

Apesar da carga pesada da vida e das relações, tanto com a mãe (Allison Janney) como com o homem que acabou a ser seu marido, há espaço para momentos cómicos, muitas vezes inseridos nos momentos mais pesados, que ajudam a aliviar a tensão.

Allison Janney faz um papel brilhante enquanto mais de Tonya e todos os ataques emocionais são tão fortes que quase os podemos sentir a ser feitos a nós mesmos. Uma mulher implacável e sem papas na língua, que maga a filha para a fazer avançar na carreira.
Esta prestação é aliada, então, à de Margot Robbie que consegue captar todas as características especiais e que definem Harding e que nos consegue fazer envolver em todo o seu percurso dramático, fazer-nos sentir felizes, nervosos e fazer-nos chorar. 

Um filme emotivo que alia duas actrizes fenomenais, que nos dá música incrível e que vale completamente a pena ver.



Estão a pensar ver este filme?
Já conheciam a história de Tonya Harding?


Lena ♥




© Helena Pereira, I, Tonya, 2018 All Rights Reserved.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Thank you for passing by and commenting on my blog!
I answer when I see the comments.
xx