At Eternity's Gate

Olá!
O último dos nomeados que vi no cinema foi o At Eternity's Gate, um filme que conta apenas com uma nomeação na 91º cerimónia, a de Melhor Actor Principal, para Willem Dafoe.

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Aqui temos mais um filme sobre o pintor Vincent van Gogh. Mas não um filme qualquer.
Sendo Van Gogh um dos meus artistas favoritos, fico logo apreensiva quando se faz alguma coisa sobre eles, pois sei que há uma tendência para incidir sempre nos meus temas e eventos da sua vida.
At Eternity's Gate mostra-nos a vivência em Paris, a estadia com Gauguin, o corte da orelha, o internamento em Saint-Rémy, a ida para Auvers-sur-Oise e o tiro fatal. Mas vai muito para além disso. Todos esses acontecimentos nos chegam para mostrar a influência que tiveram na obra de Van Gogh. A sua obra é a verdadeira protagonista. Podemos ver a partir de que sentimentos chegam as coisas e ver como ele se envolve com a Natureza, que é o que mais gostava de pintar e de onde tirou muita da sua inspiração.

Devo admitir que me choca um pouco este filme não ter mais nomeações, principalmente por não ter sido considerado para Melhor Cinematografia e até Melhor Filme. E eu prometo que não digo isto por ser um filme sobre o Van Gogh. Digo-o porque é algo diferente.
A câmara acompanha todos os movimentos de Vincent, de todos os ângulos possíveis, chegando mesmo a ficar de lado no chão; mas, ao mesmo tempo, faz-nos ver através dos olhos dele, e movemo-nos e vemos com as mesmas intensidade e proximidade que ele. Um pormenor que adorei foi o ecrã ficar embaciado nas alturas em que vemos a partir dos seus olhos chorosos.

Os momentos em que vemos Willem Dafoe rodeado pela natureza são dos mais bonitos que há. Tantos sítios magníficos carregados de cor e marcados pela luz amarela do sol, que Van Gogh dizia ser a sua cor favorita.
A nomeação de Dafoe como melhor actor é extremamente merecida e eu adorava que ele fosse o vencedor. Ele conseguiu interpretar tudo aquilo que se conhece de Van Gogh. A alegria nas coisas simples, a melancolia profunda, o amor pelo irmão, a gratidão e a apreciação sem fim pela Natureza. Dafoe tem um olhar bastante expressivo, que nos revela o que aí vem sem dizer nada.
A isto alia-se a constante iluminação do seu rosto, como se estivesse sempre a ser tocado pela tal luz do sol, mesmo em cenas interiores. A sua face sobressai perante as outras.

Saí da sala de cinema de coração cheio. At Eternity's Gate dá-nos muito mais sobre Van Gogh e vale mesmo a pena ser visto!

Lena ♥

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